quinta-feira, 26 de julho de 2007

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte.” Disse-o, com toda propriedade, Euclides da Cunha. Mas como são fortes, também, os artistas dessa nossa ingrata era! Vemo-los, quantos deles, correndo atrás do sonho, sem o patrocínio generoso de um Mecenas, - como o tiveram grandes gênios na antiguidade - em busca de espaço no mundo das artes; e o fazem contemporaneamente à desgastante luta pelo pão de cada dia. Sabe; qualquer um de nós, o quanto árdua é essa luta, travada neste mundo fragmentado pelo interesse puramente material, e pela competição estimulada.
São merecedores do nosso louvor esses fortes artistas; esses que, com sacrifício, em horas roubadas ao necessário descanso e lazer, entregam-se ao labor da vocação para confeccionar o produto estético, a coisa singular, a negação do massificado, os objetos de consumo da nossa sensibilidade estética.
Aos fortes artistas da nossa Santa Catarina, e o ilhéu Mauro Pereira, (amigo de algumas décadas o qual censuro pelo tempo que permaneceu oculto, como o diamante sob o cascalho da lavra) acresce dizer de seus trabalhos, que contribuem, com a beleza e arte impregnadas neles, para a superação da materialidade desse mundo, sua humanização e recuperação, antes que se transforme em total ruína, pela antiestética do egoísmo e pelo horror de injustificáveis guerras.

Roberto Costa, artista plástico.

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